Desacelerou o carro num amontoado de ruas ali perto
passadas as três primeiras horas da manha.
O sinal estava fechado e a noite muda ia tecer
paulatinamente o anuncio do entardecer.


Piscava calado o sinal de pedestres
pois já não fazia-se mais bons sinais
Presenciavam a cena as ruas, os sinais e
seu rosto penso apenas.

Do banco de traz podia-se ver faróis brilhando
a frente pequenas lanternas vermelhas entrando
em alguma rua transitória ao canto.

Veio a sensação introvertida
de não pertencer mais aquele mundo
não compreenderia o que acabara de lhe ocorrer
perdeu-se largo em pensamentos sem se conter.

Pasmou-se apenas, e nada mais, enquanto os
quarenta segundos do sinal rodavam para traz.
as lembranças frescas atordoavam a compreensão
e no rádio falava-se em laranjeiras de emoção;

Ele não entendera o que acontecia
como se numa manha de sol
viesse a lua,
e a maça cheirando
melancia.

Sentiu-se menino outra vez
com uma carteira de homem Cortez
desejou inconscientemente um pai para dirigir
e abraçá-lo confortavelmente enquanto as
incompreensões da vida não davam espaço para rir.

Ele não sabia mais onde era seu mundo,
já não era capaz de entender seu jeito moribundo.

Ali, na rua lateral o sinal avermelhava-se
e para sua surpresa o de pedestres comunicava-se,
para sorte de alguns bêbados que aguardando
com segurança na calçada abraçavam-se.

O sinal entoou verde,
e lamentando o ocorrido, sem lhe ocorrer
claramente o que a pouco lhe ocorreu, partiu.

Com sensação de ter
deixado para traz
tudo, porém nada.!

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